Regresso à escola

Não estou a falar do MEU regresso às aulas (profissão: professora), pois serei uma professora especializada em ficar na lista de não colocados, sem luz ao fundo do túnel, mas do regresso dos nossos pequenos rebentos à rotina e tarefas inerentes ao dia-a-dia escolar.

Pois é, a boa vida acabou. A deles e a nossa...
Antes acordavam à hora que queriam, demoravam a tomar o pequeno-almoço (quase dava a sensação que estavam num brunch), brincavam, viam televisão, iam à praia, ao parque, faziam todas as atividade que gostavam, sem horários.
A partir de agora levantam-se com as galinhas (ok, 8h da manhã não é madrugar...mas custa taaaanto 😒), têm tempo limitado para engolir os cereais (breakfast de eleição da Sofia), depois é a roleta russa: xixi, lavar dentes, lavar cara, despir pijama, vestir roupa, pentear (um filme de terror por aqui...estou a pensar rapar a cabeça da miúda), colocar acessórios (pais de meninas sabem do que estou a falar 😉), calçar sapatos (depois à última da hora mudam de opinião...GGRRRR!), vestir o casaco e sair...simples?! Não, até estou cansada só de ler, quanto mais de o fazer todas as manhãs, 5 dias por semana...Help me!!!
A caminho da escola é para descontrair. Vamos sentadinhos no carro, ouvimos música e cantamos ou falamos do tempo (excelente desbloqueador de conversa). Chegámos. Agora é que começa o pesadelo. Tirar os miúdos do carro, mais mochilas, ter cuidado para não impedir o trânsito ou bater com a porta no vizinho do lado e rezar para que no caminho até à sala não aconteçam acidentes (cair e magoar os joelhos dá sempre jeito 😕).
Se for um dia bom, as crianças dão um beijinho aos pais e entram felizes e contentes na sala, prontos para mostrar e contar novidades. Final feliz!
Se for um dia mau (a mim acontecem sempre destes...principalmente depois de umas longas férias), as crianças ficam a chorar baba e ranho e a implorar para os levarmos dali, como se fossem para a prisão perpétua. Custa muito. Mais a nós do que a eles. Eles choram, mas passado 5 minutos esquecem e, com calma, voltam à normalidade e brincam. Os pais, ficam a pensar nisto o dia todo, até chegar a hora de os ir buscar, e também choram (mas disfarçam bem).

Da primeira vez que a Sofia foi para a creche (tinha 16 meses), chorei muito. A minha bebé ia ficar ao cuidado de pessoas que não conhecia, mas sem explicação, transmitiam confiança. Agora, deixo-a de olhos fechados porque confio nas pessoas que lá estão para cuidar dela, mesmo que ela fique em protesto ou com a lágrima no canto do olho, sei que fica bem.
A Sara irá para a creche mais cedo que a irmã (com 6 meses). Sei que vou chorar e remoer durante o dia todo. Mas tenho a certeza que ela ficará bem. Terá todo o miminho e atenção.

Como mãe de segunda viagem deveria ser mais fácil? Talvez. Mas deixar os filhos crescer e ganhar liberdade custa sempre, mesmo que sejas pai pela 5ª vez (não, não vou chegar aí. A loja fechou 😊).

Acabou a boa vida :)


Kiss and hug,
Carmo

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