“Muda de vida…”


Mais um ano letivo a começar, mais um concurso de professores lançado ao ar…resultado final para esta professora: não colocada! Eu e mais uns quantos milhares de professores, que agora sofrem todas as sextas-feiras à espera do resultado das RR (Reserva de Recrutamento), para saber se têm um “lugarzinho ao Sol”.

Muitos professores cansam-se desta incerteza todos os anos, ser ou não ser colocado. Muitos chegam a ficar pelo Centro de Emprego e a pensar “para o ano é que é…colocação logo à primeira” 💪
Foi por esta, e por outras razões, que neste momento estou num divórcio com a profissão. Não desisti! Deixei de lado…talvez um dia haja reconciliação…Neste momento não acho que a profissão esteja a ser dignificada (quer seja nos concursos, perante o ministério e até pela população). Sinto-me desiludida. É triste.

Quando tirei o curso, era o meu curso de sonho, sempre quis ser professora. Depois de 4 anos a estudar (sou pré-bolonha), fiz trabalhos muito gratificantes, conheci pessoas excecionais, e estava pronta para o mercado de trabalho (achava eu 😎).
Sempre concorri para o público, nunca consegui lugar, a não ser quando me aventurei a ser professora nas AEC’s a recibos-verdes. Passei pelos privados, onde as regras são algumas, por vezes contra a nossa ideologia, e onde o objetivo é fazer dinheiro e não ensinar e proporcionar às crianças boas experiências e preparação para o futuro (esta é a minha experiência…há colégios bons, outros médios e os mauzinhos…).

No meio de tanta incerteza e instabilidade…decidi ter duas filhas (ambas quando estava desempregada 😏), trabalhei num supermercado...o que não é vergonha nenhuma (“vergonha é roubar” como dizia a minha avó), enviei imensos currículos (deve haver colégios onde o meu nome está na lista negra, como os comerciais das telecomunicações, chamada de “Chata”) e pensei em possibilidades de negócios próprios ou virar dondoca (mas versão pobre e saloia 😅 ).

Depois desta montanha russa profissional, decidi dar uma oportunidade (porque surgiu hipótese) à área administrativa. Trabalho num escritório, das 9h às 18h, preencho papelada, tiro cópias, arrumo processos e aprendo umas coisinhas do mundo empresarial, que me passavam ao lado. É um emprego de sonho? Não. Tem futuro? Não sei. Enquanto puder e me quiserem cá, vou ficando. Estou aprender a gostar, o ambiente de trabalho também ajuda (colegas e chefes acessíveis e disponíveis).

Neste momento preciso disto: estabilidade. E estou a falar da financeira mesmo. Uma mãe tem de criar os filhos e a responsabilidade de pagar as contas não pode cair só para um lado (o meu maridão já aguentou muitas pontas). Agora estou aqui. 

O futuro eu não sei, não fecho portas mas também não fico sentada nas escadas à espera de um milagre…tal como dizia o António Variações naquela canção “Muda de vida se tu não vives satisfeito…Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar…” 😌

Melhores dias viram…Tanto para os professores, como para outras áreas profissionais que sentem o mesmo…descrédito. 



Kiss and Hug
Carmo


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